Denunciantes do Luxleaks<br>em julgamento
Dois funcionários da companhia PwC (PricewaterhouseCoopers), Antoine Deltour e Raphael Halet, assim como o jornalista Edouard Perrin começaram a ser julgados no Luxemburgo, dia 26, por divulgação dos documentos que desencadearam o escândalo de evasão fiscal conhecido por «LuxLeaks».
Os documentos, tornados públicos em Novembro de 2014, provaram a existência de acordos entre centenas de multinacionais e o governo luxemburguês, chefiado pelo actual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
No total foram revelados 548 acordos fiscais negociados em nome de 350 empresas pela PwC com a administração fiscal de Luxemburgo.
Ao chegar ao tribunal, Deltour foi aplaudido por dezenas de manifestantes. O réu recebeu também a solidariedade do governo francês.
Numa declaração no parlamento, o ministro francês das Finanças, Michel Sapin, salientou a sua contribuição para «pôr fim à falta de transparência» sobre a situação fiscal de algumas grandes empresas no Luxemburgo.
Apesar de enfrentar uma pena entre cinco e dez anos de prisão, Deltour declarou não estar arrependido dos actos que praticou.